Remanescente daquele time do CR Vasco da Gama, que venceu o Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, organizado pelo Club Social y Deportivo Colo-Colo, de Santiago do Chile, Djalma (Djalma Bezerra dos Santos) foi contratado pelo Bangu AC, que pretendia a formação de um grande time, não só para aquele final da primeira metade do século XX, como também para os anos seguintes, principalmente o de 1950, ano da primeira Copa do Mundo pós guerra e que seria disputada no Brasil e que também seria o ano do início da era Maracanã, que seria o maior estádio do mundo.
Djalma, jogador banguense que teve um fim trágico e prematuro,em 1954. |
Tal era a intenção do Patrono Guilherme da Silveira Filho de fazer nascer um Bangu forte e vencedor, que em 1949 também chegaram o goleiro Luiz Borracha (vindo do Flamengo) e o zagueiro argentino, que viria a ser o grande capitão banguense, Rafanelli (vindo do Vasco). O bangu também manteve o seu grande artilheiro Moacir Bueno.
O craque era ponta direita de origem, mas atuava em todas as posições do ataque; era um atacante nato. No entanto, no Bangu ele atuou no meio campo, tendo estreado numa quarta feira, dia 31 de março de 1949, na partida amistosa contra o Flamengo, no Estádio do Botafogo (Rua Seneral Severiano), que terminou empatada por 2 x 2.
Djalma chegou ao Bangu com 30 anos. Começou sua carreira profissional no Sport Club do Recife, com 20 anos. Daí veio para o CR Vasco da Gama em 1942, juntamente com Ademir Marques Menezes; ambos faziam parte do time do Sport, tricampeão Pernambucano. Jogou 7 temporadas na equipe cruzmaltina, vindo então para o Bangu, em 1949.
De 1949 a 1954, Djalma jogou 166 partidas pelo Bangu, com 83 Vitórias, 53 derrotas e 30 empates. Marcou 16 gols e nunca foi expulso com a camisa alvirrubra.
No início do ano de 1954, o Bangu fez as três últimas partidas do Campeonato Carioca de 1953. Djalma não jogou as duas primeiras (Flamengo 2 x 0 Bangu e Bangu 3 x 1 Fluminense, no Maracanã), somente tendo atuado na última (Bangu 2 x 1 América, em 16/01/1954, no Maracanã), que acabou sendo, prematuramente, a sua última partida com a camisa alvirrubra.
Terminado o Campeonato Carioca, o Bangu fez um amistoso no domingo seguinte, 24 de Janeiro, contra o Goytacaz e venceu por 4 x 1, no Estádio Godofredo Cruz (Campos dos Goytacazes - RJ), antes de entrar no período de recesso. Findo esse período, o Alvirrubro embarcaria para a Europa onde cumpriria uma jornada vitoriosa de 17 jogos.
Mas o destino sempre é surpreendente e por vezes surpreende de forma muito dolorosa, como foi no caso de Djalma. Entre o recesso e a excursão à Europa, haveria o Carnaval.
No dia 1º de março de 1954, uma segunda feira de carnaval, dia em que a Cidade do Rio de Janeiro completava 389 anos, o craque banguense se divertia em um baile carnavalesco vespertino na Associação dos Empregados do Comércio (Centro da Cidade), acompanhado de sua irmã, de nome Dulce, e de uma amiga, de nome Ivone. No meio daquele vai-e-vem no meio do salão, sua irmã teve o seu pé pisado e reclamou com o indivíduo que a teria pisado de forma proposital (teria, não se pode ter certeza de nada); houve uma grande confusão com discussões e ofensas, que de transformou em uma briga de grandes proporções, na qual Djalma encarou cerca de 20 marmanjos, da turma do "pisante". O meiocampista banguense, na luta desigual, sofreu um preocupante ferimento no lado direito do frontal (possivelmente no supercílio), que ocasionou grande sangramento; foi medicado no Hospital de Pronto Socorro (HPS), hoje Hospital Municipal Souza Aguiar, onde sofreu uma sutura de três pontos no local do ferimento
Depois de medicado, Djalma retornou ao Centro da Cidade para continuar a folia no carnaval de rua. Por volta das 22 horas, sua irmã solicitou que ele a acompanhasse ao seu apartamento, onde ela iria colocar uma outra fantasia para participar de um baile noturno. Ao chegarem ao endereço verificaram que a fechadura estava defeituosa e dando atenção ao sugerido pela vizinha do andar de cima (3º andar), o craque pretendeu descer ao apartamento da irmã, no 2º andar, no segundo andar, segurando uma frágil corda de persiana; a corda partiu-se e caiu na marquise logo abaixo, mas de pé. Mas, para a tristeza da família Bezerra dos santos e da grande família banguense, o jogador desequilibrou-se e se precipitou em queda livre, caindo na calçada, onde sua cabeça chocou-se com violência contra o meio fio. Desacordado, foi novamente conduzido ao HPS, onde lutou contra a morte por quase quinze horas; mas perdeu a batalha e morreu por volta das 13:30 horas daquela terça feira gorda, dia 2 de março de 1954.
A morte trágica de Djalma provocou grande consternação no meio futebolístico carioca e pernambucano, em especial entre os torcedores banguenses, vascaínos e rubro-negros do Recife.
Djalma não pode jogar as partidas que deram ao Bangu AC o primeiro título de um clube de futebol no recém inaugurado Maracanã; o título de Campeão do Torneio Início do Campeonato Carioca de 1950 (final Bangu 3 x 2 Vasco da Gama). No entanto jogos as partidas finais do Campeonato Carioca de 1951, sendo um dos Vice Campeões daquele ano.
Fontes: Bangu. NET / Os Gigantes da Colina / Anotando Fútbol / Tardes de Pacaembu
Uma das formações do Bangu AC, em 1949. Em pé: Pinguela, Rafanelli, Mirim, Gualter, Luis Borracha e Sula. Agachados: Amaral, Menezes, Moacir Bueno, Ismael e Djalma. |
Uma das formações do Bangu AC, em 1950.
Em pé: Mirim, Pinguela, Rafanelli Luis Borracha, Sula e Gualter;
Agachados: Djalma, Zizinho, Joel, Simões, Simões e Moacir Bueno.
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Uma das formações do Bangu AC, em 1951.
Em pé: Mirim, Pinguela, Djalma, Oswaldo Topete e Rafanelli;
Agachados: Menezes, Zizinho, Joel, Moacir Bueno e Nívio.
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Uma das formações do Bangu AC, em 1952.
Em pé:Zé Carlos, Arizona, Torbes, Valdir, Zózimo e Lito;
Agachados: Djalma, Vermelho, Zizinho, , Menezes e Nívio.
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Terminado o Campeonato Carioca, o Bangu fez um amistoso no domingo seguinte, 24 de Janeiro, contra o Goytacaz e venceu por 4 x 1, no Estádio Godofredo Cruz (Campos dos Goytacazes - RJ), antes de entrar no período de recesso. Findo esse período, o Alvirrubro embarcaria para a Europa onde cumpriria uma jornada vitoriosa de 17 jogos.
Mas o destino sempre é surpreendente e por vezes surpreende de forma muito dolorosa, como foi no caso de Djalma. Entre o recesso e a excursão à Europa, haveria o Carnaval.
No dia 1º de março de 1954, uma segunda feira de carnaval, dia em que a Cidade do Rio de Janeiro completava 389 anos, o craque banguense se divertia em um baile carnavalesco vespertino na Associação dos Empregados do Comércio (Centro da Cidade), acompanhado de sua irmã, de nome Dulce, e de uma amiga, de nome Ivone. No meio daquele vai-e-vem no meio do salão, sua irmã teve o seu pé pisado e reclamou com o indivíduo que a teria pisado de forma proposital (teria, não se pode ter certeza de nada); houve uma grande confusão com discussões e ofensas, que de transformou em uma briga de grandes proporções, na qual Djalma encarou cerca de 20 marmanjos, da turma do "pisante". O meiocampista banguense, na luta desigual, sofreu um preocupante ferimento no lado direito do frontal (possivelmente no supercílio), que ocasionou grande sangramento; foi medicado no Hospital de Pronto Socorro (HPS), hoje Hospital Municipal Souza Aguiar, onde sofreu uma sutura de três pontos no local do ferimento
Vista da Fachada do Hospital de Pronto Socorro da Cidade do Rio de Janeiro (Atual Hospital Municipal Souza Aguiar) |
A morte trágica de Djalma provocou grande consternação no meio futebolístico carioca e pernambucano, em especial entre os torcedores banguenses, vascaínos e rubro-negros do Recife.
Djalma não pode jogar as partidas que deram ao Bangu AC o primeiro título de um clube de futebol no recém inaugurado Maracanã; o título de Campeão do Torneio Início do Campeonato Carioca de 1950 (final Bangu 3 x 2 Vasco da Gama). No entanto jogos as partidas finais do Campeonato Carioca de 1951, sendo um dos Vice Campeões daquele ano.
Fontes: Bangu. NET / Os Gigantes da Colina / Anotando Fútbol / Tardes de Pacaembu
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17/04/1904
- 17/04/2018
Faltam
2 dias para os 114 anos do Bangu Atlético Clube.
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